Rio - O Ministério Público do Rio realizou audiência pública com representantes da prefeitura, governo do estado, especialistas e sociedade civil, ontem à tarde, onde chegou-se a um consenso: a internação compulsória de usuários de crack está muito longe de ser a solução para o problema. Após o encontro, o secretário municipal de Saúde, Hans Dohmann, que esteve no evento, prometeu apresentar novo projeto de combate ao crack ainda este ano.

“O Ministério Público é contra a forma como o caso está sendo tratado pelo governo e a favor da lei já existente, que prevê a internação compulsória apenas em última instância”, explicou a promotora Anabelle Macedo.

De acordo com a maioria dos presentes, mais do que uma violação dos direitos humanos, a internação compulsória é uma medida ineficaz no tratamento de quem sofre da dependência química.

“Os números estão aí. Em 97% dos casos onde há internação compulsória, o dependente químico não se livra do vício. O usuário de crack não precisa sair do convívio social. Ele já é desprovido de liberdade e precisa ser reinserido na sociedade, com tratamento adequado, moradia e emprego”, explica Aldo Zaiden, representante do governo federal.
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