O vídeo abaixo mostra a crueza da Secretaria de (des)Habitação
da Prefeitura do Rio nas comunidades pacificadas.
São os excluídos urbanos marcados para o despejo. Não foi pensada
qualquer solução da “revitalização” contemplando os habitantes desses locais
que serão reurbanizados. Fala-se num processo de “gentrificação”, palavra
importada do inglês “gentry”, que significa “pequena aristocracia”. Os
portugueses, mais íntimos da língua mãe, chamam o processo de aburguesamento.
Simples assim. Pois bem, nesse processo não cabe os não-burgueses, o lumpesinato,
os excluídos. Agora começa ficar claro que o processo de pacificação das UPPs
com a proposta de “gentrificação” vai expulsar essa “gente diferenciada”, na
denominação crua de uma paulista preconceituosa, das melhorias implantadas. E
para usufruir das melhorias o poder público divide a comunidade entre os
incluídos, capazes de um aburguesamento, e os excluídos. E para onde irá essa
gente?
Gerenciar uma cidade como empresa viola qualquer proposta de
“gestão pública”. A cidade deve se associar ao capital e só manterá na sua urbe
os cidadãos que possam contribuir para o lucro da empresa. Quem é um estorvo deveria
ser demitido, o que significa sua expulsão do território beneficiado. São os
sobrantes desse progresso do capital que criam os guetos, os sem-teto,
sem-lugar, sem-nada, vítima de uma política sem-vergonha!
(Edmar Oliveira)
Um comentário:
O primeiro depoimento, o da mulher na janela, pela lucidez, inteligência e correcão completa, mostra com clareza a ideia e a forma como a imensa maioria destes políticos que chegam ao poder veem e tratam o objeto de reflexão deste blog, ou seja, os excluídos. Brilhante!
Carlos Nascimento
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